Baltasar Dias, «cego da ilha da Madeira»: notas sobre os autos de devoção (Auto do Nascimento, Auto de Santo Aleixo e Auto de Santa Catarina)
DATA:
2021
IDENTIFICADOR UNIVERSAL: http://hdl.handle.net/11093/5023
MATERIA UNESCO: 6202 Teoría, Análisis y Crítica Literarias ; 6202.02 Análisis Literario ; 6202.99 Otras
TIPO DE DOCUMENTO: article
RESUMO
Nascido na ilha da Madeira por volta de 1515, Baltasar Dias é um autor que a história da literatura e da cultura portuguesa não ignora e até exalta como um dos maiores representantes do teatro português popular e de cordel do século XVI. Mas são quase inexistentes os estudos sobre este poeta e dramaturgo, que não aceitou ser desapossado do que era seu por livreiros sem escrúpulos e obteve de D. João III uma licença para imprimir os seus próprios folhetos. Proponho-me revisitar o que se conhece da vida deste autor e esclarecer alguns aspetos da sua produção teatral. A partir das peças de devoção Auto do Nascimento, Auto de Santo Aleixo e Auto de Santa Catarina, apresento neste artigo alguns subsídios para o estudo quer da estética dramática de Baltasar Dias, quer do lugar que este “homem pobre” ocupa na história literária e cultural. Born on the island of Madeira around 1515, Baltasar Dias is an author that historians of Portuguese literature and culture extol as one of the greatest representatives of Portuguese popular theater and cordel literature in the 16th century. But there are almost no studies on this poet and playwright, who, refusing to be plagiarized by unscrupulous booksellers, obtained from King John III a license to print his own pamphlets. I propose to revisit what is known about the life of this author and clarify some aspects of his theatrical production. Based on his devotional pieces Auto do Nascimento, Auto de Santo Aleixo, and Auto de Santa Catarina, I present in this article some advances in the study of both the dramatic aesthetic of Baltasar Dias and the place that this «poor man» occupies in literary and cultural history.